quinta-feira, 31 de março de 2011

Variação no campo gravitacional do planeta

Neste vídeo divulgado hoje (31/3/2011) pela Agência Espacial Européia podemos ver a variação gravitacional no planeta:


As regiões azuis indicam menor gravidade, enquanto as regiões vermelhas e amarelas indicam maior intensidade do campo gravitacional.

O campo gravitacional terrestre varia com a altitude, sendo menos intenso em regiões mais altas. Pois, segundo a lei da gravitação universal de Newton a força gravitacinal diminui com o quadrado da distância (inversamente proporcional ao quadrado da distância).

Também influencia na gravidade a latitude, sendo mais intenso próximo aos pólos. Pois, devido ao movimento de rotação da Terra, teremos uma força inercial conhecida como força centrífuga, que age com maior intensidade no equador, sendo assim, diminuindo o efeito da gravidade (força resultante).

Outra influência é a presença de metais pesados ou rochas nas regiões com maior ação gravitacional.
Como sabemos pela gravitação universal, a gravidade é influenciada pelas massas dos corpos e localmente a massa da Terra será levemente diferente.

O formato geóide da Terra também pode ser visualizado no vídeo.

REFERÊNCIAS:

domingo, 27 de março de 2011

A queda de um prédio sobre uma cadeira

Estes tempos fui indagado em sala de aula sobre esta situação e pouco antes da indagação um amigo havia me enviado esta imagem.

Bom, espero que todos saibam que o nosso amigo da imagem irá morrer ou no mínimo se quebrar bastante.

Digamos que na queda ambos objetos adquiram uma grande velocidade e que elas sejam iguais.
Poderia afirmar que a velocidade deles seria igual pois a gravidade é a mesma para ambos, mas em uma queda real a influência do ar é importante.

Ignorando a influência da forma do objeto, os corpos mais pesados sempre caem antes.
Isto, pois sofrem menor efeito da resistência do ar.
No vácuo eles cairiam ao mesmo tempo, independentemente de suas massas, como expressou Galileu em seus trabalhos. E só para constar, Galileu nunca fez o experimento da Torre de Pisa, pois ele sabia que o mais pesado atinge o chão primeiro.

Mas voltando ao nosso problema.
A cadeira e o nosso amigo caem a mesma velocidade até que instantes antes do choque com o chão o nosso amigo pula da cadeira. Temos duas situações: uma antes do salto e outra após. Mas uma coisa é certa, a quantidade de movimento do nosso sistema cadeira-homem irá se conservar. A quantidade de movimento é o produto da massa com a velocidade de um corpo.

Como a cadeira não está fixa no chão, a força que o homem aplica na cadeira no momento do salto aumenta a velocidade da cadeira e, pela lei da ação e reação, esta mesma força é aplicada no homem para que diminurá um pouco a sua velocidade.

Para que uma pessoa consiga pular precisa aplicar no mínimo uma força maior do que o próprio peso, que seria o valor da massa multiplicado pela aceleração da gravidade.

Uma outra grandeza que está relacionada à quantidade de movimento é o impulso. Chamamos de impulso o produto da força pelo tempo de aplicação desta força e ele é igual a variação da quantidade de movimento de um corpo.

Digamos que o homem tenha aplicado uma força de 1000 N para o seu salto (maior que o seu peso para qualquer massa menor que 100 kg, considerando a aceleração da gravidade de 10 m/s²). Supondo um tempo de aplicação desta força da ordem de milisegundos, o impulso será de:

1000*0,001 = 1 Ns

Onde Ns é Newton*segundo.

Se a massa do homem for de 80 kg e supondo que ele estava com uma velocidade de 100 m/s na direção do solo, teremos:

-1 = 80*vfinal - 80*vinicial

(Sinal negativo, pois é para o lado contrário da velocidade)

-1 = 80*vfinal - 80*100

... (resumindo) ...

vfinal = 99,98 m/s

Ou seja, continuará se estoporando no chão com uma grande velocidade!

Uma coisa importante é que a massa da cadeira só modificará o aumento na sua própria velocidade e não modificará nada para o homem. Logo, poderia ser qualquer objeto.

REFERÊNCIAS:

sábado, 26 de março de 2011

Teorema das cascas esféricas

O texto é do livro "Forças Fatais" da editora Saber Horrível

Não viso difamar o livro, pelo contrário. É um livro de divulgação científica com uma linguagem muito boa e simplificada.

O que não posso concordar é com um erro como o do texto marcado.

Provavelmente o autor se baseia na equação da gravitação universal de Isaac Newton:

r nesta equação é a distância entre os centros de massas dos corpos e como ao atingir o centro da Terra a distância será zero a força gravitacional tenderá ao infinito, ou seja, será muito intensa.

Mas o mesmo Newton em seus livros (Philosophiae Naturalis Principia Mathematica) estruturou o teorema das cascas esféricas.

Este teorema envolve cálculo integral (que aliás, Isaac Newton foi um dos pais juntamente com Leibniz) e não é meu objetivo neste blog aprofundar a física em discussões numéricas avançadas ou em uma linguagem que chamaria de fisiquês, mesmo que por muitas vezes pareça.

Este teorema diz que um corpo dentro de uma esfera oca não sentirá os efeitos da força gravitacional desta esfera. Ou seja, a medida que entramos para dentro do planeta poderemos ignorar a atração gravitacional de toda uma porção esférica de planeta que deixamos para trás. Sendo assim, a força gravitacional diminuiria a medida que nos aproximamos do centro do planeta e no interior dele (se fosse possível chegar lá) a atração gravitacional seria ZERO, pois toda a massa do planeta corresponderia a uma esfera a qual estaríamos dentro.

Isto é uma espécie de Gaiola de Faraday para a gravitação.
A Gaiola de Faraday diz que o campo elétrico no interior de um condutor é nulo, possuindo assim efeitos de blindagem elétrica. Mas este é outro assunto.

REFERÊNCIAS:

terça-feira, 15 de março de 2011

Deslocamento do eixo de rotação e terremotos

O terremoto no Japão (11/3/2011) deslocou o eixo de rotação da Terra em mais de 10 cm.

A Terra possui dois movimentos famosos: translação e rotação.
A medida que vai fazendo o seu giro ao redor do Sol (anos), ela dá voltas em torno de si (dias).

O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de cerca de 23,5°. Esta inclinação nos permite ter variações climáticas no nosso planeta ao longo de um ano conhecidas como estações do ano. Se é verão no hemisfério sul temos uma inclinação como a da figura, com o hemisfério sul direcionado para o Sol, graças ao eixo de rotação terrestre.


Mas como pode um terremoto deslocar o eixo de rotação da Terra?

O terremoto movimenta uma grande quantidade de massa de um lado para o outro. E isso rearranja a distribuição de massa na Terra.

Esta redistribuição de massa altera uma característica física denominada momento de inércia.
O momento de inércia, quando em uma distribuição uniforme, controla a velocidade de rotação de um objeto. Como o exemplo de uma bailarina abrindo e fechando os braços.
Ou seja, o centro de distribuição de massa do nosso planeta foi alterado.

Mas mais do que controlar a velocidade de rotação, quando a distribuição de massa é alterada, isso modifica o eixo de rotação. Como um ventilador que teve uma de suas hélices amassada.



No vídeo o ventilador está sem uma de suas hélices, mas a idéia da variação da rotação é praticamente equivalente (pois foi alterado o momento de inércia do ventilador). Repare como ele perde aquele eixo estável o qual fazia sua rotação normal, isto porque o eixo deu um salto.

É importante salientar que esta mudança no eixo de rotação não afeta em nada o clima.
Isto porque a circunferência da Terra é da ordem de 40000 km. Logo, 10 cm comparados a 40000 km não são praticamente nada em termos físicos.
Pensando pelos graus de inclinação do eixo de rotação (23,5°), este teria sido alterado apenas na sua sétima casa decimal, ou seja, uma alteração muitíssimo pequena (ficaria algo como: 23,5000009°). Nada suficiente para modificar as estações do ano.

REFERÊNCIAS:

sábado, 12 de março de 2011

Tsunami no Japão (11/3/2011)

A catástrofe no Japão foi precedida de um terremoto, como quase todos os tsunamis, matou pelo menos 500 pessoas, com outras 10.000 desaparecidas e causou muita destruição no país.

Bom Dia Brasil (11/3/2011):

Mas sobre os tsunamis eles são gerados normalmente por terremotos que deslocam uma grande porção de terra no fundo dos oceanos obrigando às águas a subirem acima do seu nível, gerando uma onda destrutiva que se propaga bi-dimensionalmente podendo afetar vários países ao mesmo tempo.

Outras formas de se gerar um tsunami é a queda de grandes meteoritos nos oceanos e a erupção de vulcões marítimos.

Sempre nos lembramos de um tsunami por seu tamanho, podendo chegar a vários metros de altura. No Japão este tsunami atingiu cerca de 10 metros de altura.
Mas no entanto, surfistas surfam ondas de mais de 30 metros de altura, como no vídeo.


Detalhe que esta onda do vídeo não é um tsunami. É uma onda gerada pelos ventos de tempestades oceânicas, ou seja, uma onda "normal".
Tsunamis não "quebram" como uma onda de rebentação (ondas normais).

Logo, o tsunami não é conhecido por sua altura (característica física denominada amplitude). Mas sim, pelo seu comprimento de onda, ou seja, a sua extensão.
O comprimento de onda de um tsunami pode passar de 10 km, enquanto uma onda de rebentação atinge apenas poucos metros.

Outra característica importante que distingue um tsunami de uma onda normal é o período (tempo de oscilação). O tsunami é uma onda que possui períodos de minutos, podendo chegar até a horas, enquanto uma onda de rebentação pode atingir no máximo pouco mais de 10 segundos.
O período seria o tempo que uma onda leva para completar uma oscilação completa. Neste tempo, passa um comprimento de onda inteiro por um ponto fixo no espaço. Logo, comprimento de onda e período possuem uma relação íntima.

Os tsunamis também possuem uma velocidade de propagação em alto-mar muito maior do que uma onda normal. Enquanto uma onda normal pode chegar a até 100 km/h, um tsunami atinge velocidades de até 900 km/h. Podendo levar destruição à países poucas horas após a sua formação.

Ao se aproximar da costa terrestre o tsunami é forçado a subir devido à diminuição da profundidade, aumentando assim sua amplitude.

Ele também diminuirá sua velocidade de propagação, e pela relação:

v = λf

Onde λ é o comprimento de onda, f a frequência desta onda (o inverso do período f = 1/T) e v a velocidade de propagação.

Teremos que o comprimento de onda também diminuirá, pois a frequência (período) se manterá inalterada. Isto pois, a frequência é como a identidade de uma onda, sendo definida na sua criação.

REFERÊNCIAS:

quarta-feira, 9 de março de 2011

O grande Universo

O quão grande é grande em se tratando do Universo?! Separei alguns vídeos pra tentar exemplificar isso. Os quais acho geniais!!

Dúvidas?!

Postem aí!!

Planets and Star (comparação em escala):

Escala do Universo partindo do planeta Terra:

O Pálido Ponto Azul (Carl Sagan):

Preste muita atenção nos vídeos.

O primeiro é intrigante em mostrar a Terra desaparecer frenta ao Sol e depois este frente a estrelas maiores ainda.

O segundo podemos perceber a ação do tempo. Nosso "horizonte".

O terceiro nos faz refletir. E acho fantástico.